“Então disse Deus: Façamos o homem, que seja a nossa imagem, segundo a nossa semelhança” Gênesis 1.26. Um misto de epher, dam, marah (pó, sangue e bile) deu vida a Adão, o primeiro homem. Em princípio, um ser androgginos, macho e fêmea: “E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus ele o criou; e os criou homem e mulher” Gênesis 1.27. No Livro do Esplendor – o Sepher Há-zohar – é citado: “Rabi Abba disse: O primeiro homem era macho e fêmea ao mesmo tempo, pois a escritura diz: E Elohim disse: façamos o homem à nossa imagem e semelhança (Gen. I, 26). É precisamente para
Num terceiro momento, o primeiro homem aparece dotado de alma e reconhece a necessidade de mulher. “O homem deu então nome a todos os animais, às aves do céu e a todas as feras. Mas o homem não encontrou uma auxiliar que lhe fosse semelhante.” (Gênesis 2.20) Adão havia conhecido todos os animais no acasalamento, assim, entendeu a necessidade da diferenciação.
É subentendido, nessa androginia, a existência de um casal. “Homem e mulher ele os criou, os abençoou e lhes deu o nome de “Homem”, no mesmo dia em que foram criados” Gênesis 5.2. Eva aparece como a segunda, que toma o lugar da primeira: “Desta vez é osso dos meus ossos e carne da minha carne” Gênesis 2.23. Essa exclamação seria porque desta vez é uma fêmea humana e não uma fêmea animal ou porque realmente existiu a primeira fêmea humana, criada junto a Adão e não a partir dele? Segundo o Comentário do Beresit-Rabba: “R. Jehudah
Como és bela, minha amada,
Como és bela!
Seus olhos são como pombas.
Como és belo, meu amado,
E que doçura!
Nosso leito é todo relva.
As vigas da nossa casa são de cedro,
E seu teto, de ciprestes.
O primeiro homem e a primeira mulher se unem cara a cara, diferente dos outros seres. Mas o amor dos dois foi logo perturbado: Lilith se mostrava impaciente com a posição natural – a mulher por baixo e o homem por cima. “Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que devo abrir-me sob teu corpo? Por que ser dominada por você? Contudo eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.” Adão nega e a submete. Lilith não aceita essa imposição e se rebela. Adão é tomado pela sensação de abandono. O sol se põe e ele sente medo da escuridão. Ele perdeu Lilith. Lilith voou para as margens do Mar Vermelho, profanou o nome de Deus e confirmou-se como demônio.
Jeová Deus proferiu sua ordem: “O desejo da mulher é para o marido. Volta para ele”. Mas Lilith recusa: “Não quero mais ter nada a ver com meu marido”. Jeová Deus insiste: “Volta ao desejo, volta a desejar teu marido”. Sua natureza mudou quando Lilith blasfemou contra Deus. Ela não é mais a esposa de Adão, é o demoníaco manifesto.
“Lilith, para nós, nasce, talvez, do sonho ou da narrativa dos Rabis, nasce de uma necessidade ou de uma fantasia coletiva” (Roberto Sicuteri). Essa é a origem do ser humano, macho e fêmea, segundo as versões bíblica, judaica e rabínica.
“Desde o início de sua criação, foi somente um sonho”. (Rabi Simon Ben Laqish)
Fonte: Sicuteri, Roberto. "Lilith, A Lua Negra". Paz e Terra, São Paulo, 1990.
2 comentários:
Ei, Pri...
vou usar isso no meu trabalho de exegese. è justamente este texto de Gn 1:26-31.
Muito Obrigada!! rsrs
abraço,
Mariana
Ola tudo bem?
adorei ler este blogger
ao lelo pude pensar e compreender a importancia de sua busca por "direitos feministas", ainda acho que estas coisas deveriam ser naturais, ao meu ver são dons, num importa cor, sexo, classe......
mas lelo me fez pensar a respeito da importancia por igualdade, da necessidade desta luta.......
parabens e boa sorte, sabe que como disse vou continuar a apoia-la, mas lembra que o importante é o você eo que Deus fez através de sua vida e as vidas para as quais vc foi instrumento......titulos, são apenas titulos, assim como o reconhecimente num torna ninguem melhor!
=*
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